Importância do agronegócio para crescimento do Brasil pauta reunião do IDL
O Instituto Democracia e Liberdade (IDL) promoveu na última semana a sua reunião de final de ano, que teve em sua programação a apresentação dos relatórios financeiro e geral da diretoria, com um balanço de todas as ações realizadas ao longo de 2017.
“Neste ano triplicamos o número de páginas que constam em nosso relatório, o que mostra como nosso trabalho cresceu em volume e importância. Agradeço à equipe valorosa que nos auxilia e espero que no próximo ano consigamos aprimorar ainda mais a forma de proceder, promover ações e estudos. Aos associados que depositam a confiança em nós, reitero que nos esforçamos para corresponder a essa confiança”, disse o presidente do IDL, Edson José Ramon.
O destaque da noite ficou para a palestra proferida pelo economista e consultor Luiz Antonio Fayet, intitulada “A Barreira Logística – Agronegócio brasileiro, alavanca do desenvolvimento, oportunidades e desafios”. Confirma abaixo os principais insights da fala de Fayet:
“Seremos os maiores fornecedores mundiais até 2020, pois temos uma grande fábrica de mercado interno. O mundo dependerá do Brasil e as exportações do agronegócio são a alavanca estratégica para nosso crescimento”.
“O agronegócio é o segmento mais importante da economia, é o mais legítimo dos setores produtivos em termos estratégicos. Atualmente, dos dez produtos de importação mais significativos, oito são provenientes do agronegócio. Se tirarmos o agronegócio, o Brasil não aguenta 24 horas”.
“Dos nossos produtos, 90% do conteúdo é feito dentro do país, apenas 10% do valor da produção agro é importado”.
“O mundo tem um crescimento populacional de 80 milhões de pessoas ao ano e uma melhoria do nível de renda equivalente a R$ 100 milhões ao ano. Isso equivale a um incremento da ordem de 70% de um Brasil ingressando no mercado a cada ano. Ou seja, temos mercado, terras adequadas, capacidade das cadeias produtivas, estamos no primeiro time da tecnologia mundial de produção do agronegócio. Precisamos resolver o custo de tirar a mercadoria do Brasil para a exportação, porque, exemplificando, gastamos quatro vezes mais que os argentinos neste processo”.
“É preciso projetar uma ideia de reestruturação da logística brasileira para o agro de maneira a dar competitividade, porque não adianta produzir e vender, se não sobrar dinheiro no bolso dos produtores, nas cadeias produtivas”.
“O Estado de Mato Grosso, em 2014, pagava U$ 126 por tonelada para escoar a produção de soja via Santos / Paranaguá. O valor reduziria para U$ 80 se pudessem subir para portos colocados no Arco Norte, em Mirituba / Belém. Como o Estado exportou 28 milhões de toneladas, registrou um prejuízo potencial de U$ 1,2 bilhão, ou seja, dinheiro deixado de ganhar pelo ralo logístico”.
“A cada ano, poderíamos aumentar entre 3 e 5 milhões de toneladas de soja e milho no Brasil se reduzíssemos o custo logístico”.
“Sugiro colocar na pauta do IDL a questão da Lei 12.815, de 2013, que diz respeito à expansão dos portos. Perdemos o prazo, vencido em 2014, e é preciso provocar o Ministério Público e o TCU com relação ao não cumprimento dessa lei”.
“O Paraná possui um corredor que desemboca nos portos de Paranaguá e São Francisco do Sul. Hoje não conseguimos ampliar nosso sistema operacional porque não temos direito de passagem nem operadores que tenham interesse em trazer produtos aos nossos portos. Isso tem que mudar, e gostaria que o IDL se engajasse nesta luta”.