IDL prestigia palestra do presidente Michel Temer na ACP
O presidente Michel Temer recebeu o título “Cidadania ACP” em evento nesta terça-feira na Associação Comercial do Paraná, dado pelos seus esforços no encaminhamento das reformas constitucionais em seu governo. Temer também descerrou uma placa na entrada da entidade em sua homenagem e palestrou sobre a realidade econômica e política do país. O evento foi prestigiado pelo presidente do Instituto Democracia e Liberdade (IDL), Edson José Ramon.
TRANSIÇÃO TRANQUILA
Ao falar da transição do seu governo para o próximo a ser eleito, Temer garantiu que, ao contrário do que aconteceu com ele quando assumiu, a transferência de poderes será tranquila. “A partir do dia 28 vamos entrar numa transição governamental, e pretendo fazê-la de maneira tranquila. Tranquilidade essa que não tive quando assumi. Não havia ninguém, a gestão antiga levou todos os dados e tivemos que recomeçar do zero”, comentou.
Temer destacou que o diálogo seria fundamental. “Responsabilidade fiscal, social e, principalmente, capacidade de diálogo. Sem isso não há como criar uma governabilidade. A primeira coisa que fiz quando assumi foi estabelecer um diálogo muito produtivo com o congresso nacional. Eu fiz do congresso não um apêndice do poder executivo, mas sim, um parceiro. E deu resultado: aprovamos PEC do teto, reforma trabalhista, e avançamos muito na reforma da previdência, que ainda há de ser feita”, concluiu.
REFORMA DA PREVIDÊNCIA
O presidente afirmou que irá procurar o presidente eleito para tratar da reforma previdenciária, cujo texto, segundo ele, encontra-se pronto para passar novamente pelo congresso. Temer também citou a resistência dos setores privilegiados como impeditivo para a aprovação da matéria. “Vejo muita gente reclamando sobre a reforma, de direitos sendo tirados, sendo que na realidade não foram. Ela está pronta para passar novamente pelo congresso nacional, e só não foi aprovada na oportunidade inicial porque houve uma trama para impedi-la”, afirmou.
CULTURA POLÍTICA
Temer criticou a cultura política do país, sem citar nenhum dos lados envolvidos na atual disputa. “Nossa cultura política é curiosa: a lógica nos leva a acreditar que quando temos situação e oposição ambas se ajudam a governar, numa espécie de governo de coalizão vigilante. Entretanto e infelizmente, o nosso conceito de oposição é apenas político, não jurídico. Não há recuo, não há discussão, e essa é uma oportunidade interessante de reavaliarmos nossa cultura política”, disse.
O presidente também criticou as atuais propostas de convocação para uma nova constituinte. “Vejo muitas pessoas defendendo uma nova constituição. Isso significa uma ruptura no estado. Nós temos uma constituição que, por mais que seja remendada, ela satisfaz. Para ter estabilidade política, é necessário ter estabilidade social, que só é possível pela estabilidade jurídica”, concluiu.