Breves Histórias do Brasil pautam encontro do IDL com deputado federal Miro Teixeira
Um auditório repleto acompanhou na noite desta segunda-feira a palestra “Breves Histórias do Brasil”, proferida pelo deputado federal Miro Teixeira a convite do Instituto Democracia e Liberdade no Hotel Bourbon.
O evento foi iniciado com uma fala do presidente do IDL, Edson José Ramon, que lembrou aos presentes os escopos principais do Instituto, que dizem respeito à defesa da democracia e da liberdade propriamente ditas. “Defendemos uma democracia pluralista, um estado enxuto, o enaltecimento da livre iniciativa, da economia do mercado e da liberdade de expressão”, lembrou o presidente do IDL. “Todos estes princípios e preceitos devem estar embasados na ética, na honestidade, na verdade e na justiça. E é com este espírito que recebemos aqui este homem público que é um aguerrido combatente de tudo aquilo que corrói a vida pública e, consequentemente, a sociedade brasileira”.
O presidente Edson José Ramon citou a bem sucedida intervenção do deputado junto à Câmara dos Deputados, para que fosse retirado da pauta o projeto de Lei n° 13.165, referente ao financiamento eleitoral, e que acabou incluindo em seu texto a anistia de quem tinha usado Caixa Dois em campanhas eleitorais anteriores. “Ao denunciar em plenário este subterfúgio, ele impediu esta nociva manobra”, disse.
O deputado, que iniciou na vida pública aos 25 anos e atualmente está com 71 anos, iniciou sua palestra lembrando de um fato ocorrido quando estava redigindo a Constituinte. O deputado recordou que, na ocasião, um ministro chegou ao seu gabinete ordenando a inserção de um artigo que permitisse mandatos presidenciais de seis anos, sugerindo como moeda de troca a concessão de alguns dos 20 mil cargos existentes. “Esta naturalidade com que ele chegou era reflexo de um sistema fundamentado até então na incompetência, impunidade e corrupção”, disse Miro Teixeira.
Atualmente, segundo ele, atitudes positivas como as da Operação Lava Jato, personificada na figura do Juiz Sérgio Moro, representam para o Brasil um conjunto de forças de uma nova geração e a impressão de uma prática que vai melhorar a administração pública. “A colaboração premiada, uma das ações da Lava Jato, foi estigmatizada com o termo delação por aqueles que se sentiram incomodados com ela. Ela surgiu para que aqueles fatos possam ter reparação e para que dinheiro público possa ser recuperado, também para conhecermos a prática do crime para que ele não se repita”, explicou.
Seguindo o tema de sua palestra, Miro Teixeira fez um apanhado histórico do Brasil, lembrando que o país possui uma história confusa, iniciada com uma república declarada e apenas proclamada posteriormente. “Desde a ‘proclamação’, quantos presidentes eleitos pelo voto universal direto secreto completaram efetivamente o mandato? Temos cinco presidentes apenas, em 127 anos”, mencionou.
Segundo ele, a res publica no sentido mais puro da palavra, do respeito pela coisa pública, jamais foi observada no Brasil, a começar pelo formato da ocupação do poder. “O que passamos hoje vem também da nossa história. Não imaginemos que estes fatos surgem porque as gerações atuais ou recentes os criaram, isso vem em uma sequência histórica”.
Questionado sobre o que o país pode esperar do governo Michel Temer, Miro Teixeira lembrou que apoiou o Impeachment pela questão técnica e por entender quer não se pode desacatar a Constituição sob nenhuma circunstância. “Atualmente, o presidente precisa ter a cautela de não permitir a repetição e atos de corrupção. Havendo suspeita, tem que agir duramente contra a suspeita. Creio que se o presidente revelar austeridade, o povo vai entender e apoiar”, concluiu.
Ao final do evento, o presidente Edson José Ramon entregou ao deputado Miro Teixeira o Diploma Defensores da Liberdade e a primeira edição do documento Construindo o Brasil do Futuro, elaborado pelo Instituto Democracia e Liberdade e que será entregue ao presidente da República Michel Temer e a todos os parlamentares do país.
