História monetária brasileira é tema de palestra de Gustavo Franco
O economista Gustavo Franco, Ph.D pela Harvard University, apresentou seu mais recente livro “A Moeda e a Lei – uma história monetária brasileira (1933-2013)”, publicado pela Zahar Editora, a uma seleta plateia reunida no salão do Graciosa Country Club, na noite de 11 de dezembro. O ex-presidente do Banco Central veio a Curitiba com apoio do Instituto Democracia e Liberdade (IDL), para participar do evento “Pensando o Brasil”, inciativa coordenada pela diretora cultural do clube, Liana de Camargo Leão.
Prestigiaram a palestra o presidente do IDL Edson José Ramon, e o presidente da Associação Comercial do Paraná, Gláucio Geara.
O livro aborda a história das instituições monetárias do Brasil, um retrospecto dos excessos, cujas expressões mais flagrantes são os zeros na moeda. O autor analisa, em nove capítulos, a experiência inflacionária, a lei monetária, os mistérios da regulamentação do câmbio, os processos de criação e captura do Banco Central, a produção da hiperinflação, os planos econômicos heterodoxos, o Plano Real, a evolução institucional cumulativa e o problema da taxa de juros.
Em quase 800 páginas, Franco traça uma linha do tempo entre 1933 e 2013, para demonstrar que a experiência monetária brasileira não tem paralelo no mundo, devido ao difícil relacionamento da moeda nacional com as de outros países, ao tumultuado processo de constituição de um banco central com plenas funções e à longa, intensa e complexa convivência com a inflação. “Tudo é superlativo nesse trajeto, em que o Brasil teve oito padrões monetários, cinco congelamentos, confiscos pequenos e grandes, crises sem limite, euforias idem e batalhas épicas para ordenar a moeda e evitar abusos fiscais e financeiros, bem como para estabilizar o seu poder de compra”, destacou Franco em sua palestra.
O economista foi um dos mentores do Plano Real e no livro ele revisita o percurso das instituições monetárias brasileiras nos últimos 80 anos e analisa grandes acontecimentos da história econômica do Brasil, como os padrões monetários, congelamentos e a hiperinflação. Em momentos mais descontraídos da palestra, Gustavo Franco brinca com o processo de design das cédulas e da escolha das imagens ilustrativa de cada uma. E é mais rígido ao criticar a arquitetura cambial que vai da regulamentação e liberalização do câmbio à derrubada de muralhas regulatórias à lavagem de dinheiro.
Por Ana Maria Ferrarini