14/02/2023

O Estado, esse monstro devorador! – Artigo de autoria de Rubens C. Lamel

O Estado, esse monstro devorador!

*Por Rubens C. Lamel

Desde que comecei a entender um pouco melhor a política, cheguei à seguinte conclusão: Quanto maior é o estado, menor é o cidadão e maior a corrupção!

Me parece axiomático!

E o problema é que, junto com a diminuição do cidadão e o aumento da corrupção, este monstro voraz, que de 12 meses do ano consome quatro meses do nosso trabalho com os impostos, não para de crescer!

Para quem não acredita na afirmação que diz que “Quanto maior é o estado, menor é o cidadão e maior a corrupção”, veja estes argumentos:

  • Perda de autonomia pessoal: Um estado “grande” (leia-se hipertrofiado, agigantado, parasitário, burocrático, opressivo, ditatorial) tende a controlar mais… o controle é essencial à sua sobrevivência;
  • Poder individual reduzido: Um estado grande resulta, necessariamente, na diminuição do “poder do indivíduo”, pois é da “natureza do monstro” agigantar e centralizar seu poder;
  • Diminuição da responsabilidade individual: Há uma tendência natural da pessoa de entregar grande parte de suas responsabilidades e decisões ao estado; é mais “cômodo”;
  • Concentração de poder: Estados “grandes” tendem a concentrar poder, dificultando ou impedindo totalmente a participação do cidadão nas decisões oficiais;
  • Burocracia: Estados “grandes” precisam de sistemas cada vez mais complexos e burocráticos, e muitas vezes mais caros, o que tende a dificultar a vida do cidadão (e das empresas). A tecnologia pode ajudar a reduzir os custos da máquina, mas o estado, naturalmente perdulário, logo encontrará maneiras de gastar eventuais “excedentes”;
  • Ineficácia: Quanto maior o estado, mais complexos e burocráticos podem se tornar seus sistemas, resultando em ineficiências e atrasos na prestação de serviços aos cidadãos;
  • Parasitismo: O Estado nada produz. São as pessoas, os cidadãos que produzem e sustentam o estado. Portanto, quanto maior o estado, maior seu parasitismo. E todos sabemos que parasitas não fazem bem ao organismo que infectam…;
  • Alienação: Em estados maiores haverá, obrigatoriamente, menos conexão pessoal entre os cidadãos e o governo, o que resulta na quase total alienação do cidadão das decisões que afetam sua vida;
  • Dependência: O estado “grande” tenderá, por sua natureza, a gerar maior dependência dos cidadãos naquilo que o estado “pode” oferecer, resultando em perda de autonomia da pessoa. Quanto maior o estado, mais os cidadãos são obrigados a depender do que o estado provê;
  • Irresponsabilidade pessoal: O estado “grande” (leia-se hipertrofiado, agigantado, parasitário) tende a induzir nos cidadãos um senso de que não são responsáveis ​​por seu próprio bem-estar, seu crescimento e prosperidade;
  • Inação: Em estados “grandes” os cidadãos podem sentir que sua iniciativa individual e criatividade são sufocadas, pois o governo lhes diz o que fazer e como pensar;
  • Empobrecimento: De todos os males causados pelo estado “grande”, talvez um dos piores, se não o pior, seja o gradual e inexorável “empobrecimento” intelectual da sociedade que, mal acostumada com as benesses que recebe, vê seriamente diminuída sua capacidade de empreender, inventar, questionar, buscar alternativas, criar oportunidades, prosperar por seus próprios meios. O final de um estado assim só pode ser sua falência moral, ética e econômica. Foi o que aconteceu nos países da defunta União Soviética e da Cortina de Ferro.

Isso tudo sem esquecer que O ESTADO QUE PODE “DAR” TUDO, PODE TOMAR TUDO!

E quanto ao aumento da corrupção?

Simples!

Quanto maior o estado maior, maiores os gastos de toda natureza, inclusive “obras públicas”.

E é aqui que mora o perigo, pois quanto mais o estado gasta (ou “investe”, como querem nos fazer acreditar), maiores as oportunidades de desvios, fraudes e corrupção! (Talvez caiba ao estado investir em obras de efetivo interesse da sociedade, onde tais investimentos não interessem à iniciativa privada. Mas isso é conversa pra outro momento).

Um estado “enxuto”, eficaz, competente no exercício de suas – poucas – obrigações constitucionais indelegáveis, não tem necessidade de fazer grandes gastos e, muito menos, “investimentos”. Isso tende a reduzir, por óbvio, as oportunidades de corrupção.

Mas o estado, este monstro insaciável, não para de crescer. Os gráficos abaixo mostram a evolução da participação dos gastos estatais no PIB, entre 1972 e 2021.

                                     1972

graf2

2021

graf1

O primeiro gráfico, de 1972, mostra que pouquíssimos países tinham gastos governamentais acima de 40% do PIB. O segundo gráfico, de 2021, ou seja, 50 anos depois, é exatamente o contrário. A maioria dos países têm gastos governamentais acima de 30% do PIB e grande parte acima de 40%!

Como se vê, deixado aos seus próprios mecanismos e desígnios, o estado hipertrofiado, parasitário, burocrático, opressivo e de natural tendência para o totalitarismo, jamais buscará sua própria adequação; pelo contrário, como bem mostram os gráficos, a tendência desse “monstro” é crescer até tomar conta de toda a sociedade. Como um tumor, o estado, se não for controlado por nós, o povo, crescerá até matar seu infeliz hospedeiro.

A questão que se nos apresenta é:

Dada a “natureza do monstro”, como adequar o tamanho do estado à sua dimensão ideal para que o cidadão se torne cada vez mais livre, autônomo, independente, pensante e engajado na realidade social? O que fazer para que nós, o povo, determinemos ao estado o que fazer, como fazer, quanto fazer e onde fazer, como ensinava Ronald Reagan, e não o contrário?

Sem descartar outras, quer nos parecer que a saída está na conjugação de, pelo menos, duas iniciativas:

  1. A criação de um partido político de direita, conservador, nos moldes propostos neste link: https://www.institutosoberania.org/conservadores-soberanos.html

e

  1. Uma nova Constituição, como proposto pelo Instituto Democracia e Liberdade – IDL, que se pode ver neste link: https://www.institutosoberania.org/constituinte-exclusiva.html

Obviamente que ambas as iniciativas são embrionárias, incipientes e ensejam muitas oportunidades de aperfeiçoamento, que virá com a discussão racional e inteligente do que está sendo proposto.

Nos parece claro que a maioria dos partidos que aí estão não tem interesse nenhum em mudar o status quo. Acreditamos, portanto, que um partido político efetivamente de direita, conservador, parece ser condição sine qua non para que a iniciativa da Constituinte Exclusiva tenha chance de dar certo.

De orientação líbero-conservadora e defendendo os princípios e valores conservadores e democrato-republicanos que a humanidade desenvolveu ao longo de milhares de anos e ao custo de lágrimas e vidas, este partido terá a possibilidade concreta de conquistar o engajamento da imensa maioria da sociedade brasileira, que é formada por pessoas idôneas, honestas e trabalhadoras, de tendência majoritariamente conservadora (silenciosa e politicamente pouco engajada, infelizmente), que querem um país livre, uma nação soberana e um povo próspero.

Como pessoas que valorizam e defendem a vida, a família tradicional, os bons costumes, a liberdade de expressão, de opinião, de ir e vir, de imprensa e de crença, a democracia, o respeito à Constituição e às leis, o direito à autodefesa e à propriedade privada, essa gigantesca maioria carece de um partido que efetivamente a represente, e anseia por uma liderança idônea, competente e ética para guiá-la na direção deste novo e empolgante futuro de prosperidade e paz. Essa gente cansou de ouvir que o “Brasil é o país do futuro” e quer que este futuro torne-se presente.

Rubens C. Lamel é graduado em Administração, com Habilitação em Comércio Exterior. Ex-Executivo de Negócios Internacionais, é Presidente e CEO do TNI Treinamento e Desenvolvimento Ltda, instituição dedicada ao desenvolvimento da pessoa (www.rubenslamel.weebly.com). É idealizador do Instituto Soberania (www.institutosoberania.org), organização voltada para a promoção e defesa da soberania do eleitor.

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