22/07/2020

Novas regras para o poder de governar

Texto do advogado, ex-deputado Constituinte e membro do IDL, Nilso Romeu Sguarezi: 

“Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis”, disse com muita sabedoria Benjamin Disraeli, quando membro da Câmara dos Comuns na Inglaterra do século dezenove, expressão que hoje pode ser usada para definir o triste cenário que os brasileiros vivenciam.

No Brasil a pandemia da saúde tornou-se num verdadeiro pandemônio social e político, pelo desentendimento dos nossos governantes que desrespeitam o de serem os poderes independentes e harmônicos entre si. Nem independentes e, muito menos, harmônicos tem se demonstrado.

Exatamente neste quadrante histórico de que, mais do que nunca, precisamos de união, solidariedade e harmonia para salvar vidas e manter a economia funcionado. Estarrecidos temos que assistir nossos governantes se deixarem levar por suas vaidades pessoais e, quando não, pelos vis interesses da corrupção que se institucionalizou nos últimos governos.

Conseguem agravar ainda mais o caos da saúde pública, com leis e informações desencontradas que ameaçam a nossa jovem democracia. É inconcebível termos que constatar diariamente o lamentável espetáculo da corrupção disseminada na administração pública em todos os níveis de poder, quer no superfaturamento dos insumos, medicamentos e material hospitalar, enquanto o tráfico de drogas e crime organizado aumenta e no poder público transita o tráfego de influência, vendas de sentenças e enriquecimento ilícito que parece se alastrar como erva daninha. Quem devia dar exemplo de boa conduta e serenidade, são os que nos abarrotam de leis conflitantes, conturbando a vida das que pessoas, como se fosse de proposito que elas  até percam  a noção e bom senso da vida.

Temos que admitir que vem nos faltando  uma educação e saúde pública, dever do estado que nas últimas décadas não existiu.  Forçadas pelo confinamento as pessoas tentam se informar, nas na maioria das vezes, ficam ainda mais perplexas porque o “achismo” substitui a lógica e razão. A palavra ciência, vem sendo invocada como receita  milagrosa para o mal,  paradoxal e incrivelmente quando ainda nem se sabe e se tem certeza de que o vírus tenha sido gerado espontaneamente pela natureza, acidente ou intencional e criminosamente.

Mas uma clareza meridiana nos mostra à exaustão,  que ironicamente, enquanto o Brasil que bate recordes de produção de alimentos – pelo hercúleo trabalho da iniciativa privada – não é nem será o mesmo Brasil que  estaremos legando às novas gerações, mas sim uma republiqueta do “toma lá dá cá” com este arcaico e ultrapassado sistema de governo, em que o populismo demagógico continua para  assegurar a manutenção  dos privilégios encastelados nos poderes.  Estes pedem e impõe sacrifício aos governados, enquanto continuam se refestelando com mordomias dos seus estratosféricos salários.

Do Paraná – terra de todas as gentes – em boa hora lança-se ao Povo um sinal de esperança,  para termos uma saída inteligente, pacífica, racional e democrática. Pela via da iniciativa popular – a fonte legitima do poder – poderemos convocar, pela primeira vez nos duzentos anos de independência,  uma redentora Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva.  Será o Povo, pelos seus homens e mulheres independentes, sem compromissos partidários e ideológicos, democraticamente eleitos pelo voto direto e secreto, com a finalidade exclusiva de escreverem novas regras do jogo democrático.

Pessoas fichas limpas, sem amarras da rançosa politicagem, notáveis e experientes pelas suas vidas probas e condutas morais e cívicas de comprometimento cívico e social, escrevam uma Nova Constituição, já que a atual virou uma colcha de retalhos com mais de cem emendas que não mais nos garantem segurança jurídica e estabilidade social.

Compartilhe:


Voltar