Manifesto Público – LAVA JATO: Nunca tantos deveram tanto a tão poucos
Manifesto Público
LAVA JATO: Nunca tantos deveram tanto a tão poucos
O Instituto Democracia e Liberdade – IDL é uma instituição baseada em Curitiba que reúne empresários, profissionais liberais, acadêmicos e estudantes universitários cuja missão é expressar e difundir a cultura da democracia, da liberdade, da verdade e da solidariedade. O IDL defende também a economia de mercado, a livre iniciativa, a legitimidade do lucro e a propriedade privada.
Diante dos ataques perpetrados por aqueles que temem o avanço das investigações contra a corrupção vale lembrar a feliz afirmação do Primeiro Ministro britânico Winston Churchill. Em 20 de agosto de 1940, ao celebrar a vitória na Batalha da Inglaterra, quando os jovens pilotos da Real Força Aérea impediram a invasão da Inglaterra pelas forças nazistas, ele disse: “Nunca antes, no campo dos conflitos humanos, tantos deveram tanto a tão poucos”.
É sabido que a história se repete mesmo sem ser exatamente igual. Tanto é que hoje vemos os poucos heróis que lutaram e venceram a batalha inicial contra a corrupção, receberem ataques daqueles que temem seu próprio passado. Alguns tentam desacreditar a operação para deter seu avanço, enquanto outros tentam reverter seus efeitos até na mais alta corte de justiça.
Um triste exemplo destas tentativas ocorreu na sessão do Conselho Federal da OAB no dia 07 de julho de 2020, onde se debateu um requerimento contra a força tarefa da LAVA JATO. Felizmente a bancada paranaense, composta pelos conselheiros José Augusto Araújo de Noronha e Airton Molina e pela conselheira Graciela Marins, apresentou voto divergente.
O conselheiro Ulisses Rabaneda da OAB-MT, um dos autores do requerimento contra a força-tarefa da Lava Jato, levantou questão de ordem, sustentando que o voto do Paraná só poderia ser apreciado em uma sessão futura.
É compreensível que um operador do direito use das suas prerrogativas para defender seus constituintes no limite da letra da lei e dentro dos prazos legais. O que não é aceitável é que alguém, mesmo depois de mais de 6 anos de revelações sobre corruptores e corruptos em funções públicas e privadas, diante da gigantesca coleção de evidências, delações, confissões, provas, recuperações de recursos públicos, condenações nas instâncias colegiadas e sabendo que foi respeitado o direito a ampla defesa, cumprido o devido processo legal e concluído o longuíssimo trânsito em julgado, ainda tente construir argumentos contra o maior exemplo de justiça jamais levado a efeito em nosso País.
Não sabem estes maus brasileiros que ser contra a LAVA JATO significa ser a favor da volta da corrupção institucionalizada?
Nossa expectativa é que esta malfadada tentativa seja vencida pelo bom senso e que a LAVA JATO, se mantenha firme e como um símbolo de combate ao ilícito, na missão de nos libertar da maior epidemia de corrupção da história do Brasil e possivelmente da história do mundo.
Alguns alegam que a operação LAVA JATO teve publicidade demais, quando é exatamente a publicidade que permite a transparência e garante o controle social sobre eventuais erros ou abusos. Para entender tal posicionamento, basta comparar o destino de outras importantes investigações do passado, as quais por não terem projeção na mídia foram barradas nos tribunais e seus investigadores execrados, destituídos ou transferidos. Enquanto isso os corruptos escaparam ilesos com o fruto da corrupção.
O IDL entende, portanto, que não podemos deixar nosso País esquecer que foi a LAVA JATO que expôs a quantidade de corruptores, que nomeados para cargos de responsabilidade, convenciam empresários corruptos a aderir aos seus projetos de desvio de verbas. Até dezembro de 2019, apenas o montante de recursos públicos recuperados chegava a R$4 bilhões de Reais.
É também motivo de indignação lembrar o fato da dívida pública nacional ter se multiplicado por cinco durante os anos em que o Partido dos Trabalhadores e seus partidos aliados estiveram no poder, atingindo quase 5 trilhões de Reais e que no mesmo período aproximadamente 13 milhões de brasileiros ficaram desempregados.
Alguns podem não se dar conta, porém o nosso País caminhava a passos largos na direção do comprometimento moral da maior parte das estruturas de governo, quando as investigações da LAVA JATO despertaram o povo brasileiro e teve início o maior processo de conscientização e engajamento político da nossa história.
Foi graças à LAVA JATO que nosso País se desviou dos caminhos da Venezuela, mas tentativas como a que ocorreu nesta reunião do Conselho Federal da OAB, são evidências claras que os grupos que estavam no poder seguirão tentando destruir a operação que nos trouxe a esperança de liberdade, da erradicação da corrupção na política e da recuperação econômica.
Aos que ainda pensam ser possível acabar com o combate à corrupção cabe lembrar que, conforme revelado em pesquisas, 81% da população apoia a operação LAVA JATO, portanto, nunca antes na história do nosso País houve tanta determinação em manter esta luta, tanto por parte do povo, como pela ala consciente das nossas instituições que acreditam em uma sociedade alicerçada na ética e na justiça.
EDSON RAMON
PRESIDENTE