19/11/2015

Livro de Narloch revela quem são os mocinhos e os vilões da economia brasileira

 

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O jornalista Leandro Narloch lançou, nesta quarta-feira, na Livraria Cultura, em Curitiba, o livro “Guia Politicamente Incorreto da Economia Brasileira”, pela Editora Leya. Na obra, o colunista da revista Veja revela os clichês econômicos repetidos diariamente na mídia e na política, além de desmascarar e identificar quem são os “mocinhos” e os “vilões” da economia do país. Narloch veio à capital a convite do Instituto Democracia e Liberdade – IDL e falou sobre a obra num bate-papo com Gabriel Sales, do Grupo de Estudos Liberalismo e Democracia – GELD.

 

Autor de “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil”, “Guia Politicamente Incorreto da História da América Latina” e “Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo”, Narloch afirma que o papel do governo de reduzir a desigualdade social é um obstáculo para que o Brasil se torne um país igualitário e evoluído. No livro, o jornalista retrata, baseado em pesquisas, análises e notícias, que o cenário nacional é um “inferno cheio de boas intenções”.

 

No livro, Narloch explica o que há de politicamente incorreto na economia brasileira, fala sobre desigualdade social, leis, aposentadoria de funcionários públicos, pobreza, a virtude do lucro ao mito do trabalho escravo, a dependência da economia em relação ao governo, e cita exemplos de como o governo tira dos pobres para dar aos ricos.

 

Num capítulo sobre leis, Narloch coloca que a legislação trabalhista é “uma bizarrice”. Criada para proteger os trabalhadores acaba fomentando o subemprego e “é um tiro no pé, pois onera mais o trabalhador”. “Acredito que o aumento da produtividade seria um fator mais importante para remunerar os trabalhadores, muito mais que determinar um piso salarial”.

 

Questionado por Sales sobre as críticas de que em seu livro defende os banqueiros, Narloch afirma que “imaginem se um dia todos os banqueiros do Brasil decidem fechar as empresas. Isso seria uma catástrofe total. E logo apareceriam outras pessoas com a intenção de guardar o dinheiro da população, fazer aplicações, cobrar inadimplentes, fazer empréstimos etc. Isto é, novos banqueiros apareceriam, por que não conseguíramos viver sem eles”.

 

No livro, Narloch escreveu que desigualdade salarial entre homens e mulheres foi causada em grande parte, de forma inusitada, por uma notícia boa: a emancipação feminina. “Como as mulheres ingressaram há pouco tempo no mercado de trabalho têm, em média, menor experiência, o que vale menos no mercado. Esse efeito deve se atenuar no futuro. É verdade que uma das causas dessas diferenças é a discriminação. Muitas mulheres crescem escutando que o lugar delas é na cozinha ou cuidando dos filhos. Mas se trata, então, de uma discriminação social, e não do mercado. Se as mulheres realmente ganhassem menos para desempenhar as mesmas tarefas, as empresas, que prezam o lucro, só contratariam mulheres. Mas os homens são 56% da força de trabalho no Brasil”.

 

Ainda com relação a esse assunto, Narloch disse que a estatística segundo a qual “as mulheres ganham 30% menos compara a renda média de todos os trabalhadores homens com a renda das mulheres. Não significa que as elas ganham 30% menos para desempenhar as mesmas tarefas que eles. A maior parte da diferença de salários se explica pelas escolhas profissionais, carga horária, experiência média do trabalhador e tipo de trabalho (os homens ficam com a maior parte das vagas insalubres e perigosas, por exemplo)”.

 

Quanto à desigualdade social assunto de destaque no livro, Narloch mostra que são os brasileiros mais pobres que pagam a conta mais pesada, já que gastam maior percentual da renda com impostos. “Esses brasileiros também financiam aposentadorias integrais de funcionários públicos e militares. Resumindo, o estado brasileiro é muito eficiente em tirar dos pobres para dar aos ricos. O governo concede privilégios a grandes empresários, mantém aposentadorias milionárias, torna os produtos do supermercado mais caros para os pobres. Depois, como se nada tivesse acontecido, se diz muito preocupado com os pobres e anuncia um programa de transferência de renda (o Bolsa Família) para reduzir a miséria e a desigualdade que ele próprio criou”.  Narloch sugere que a “a liberdade é o melhor caminho para a prosperidade e para acabar com a miséria que existe no país, e mesmo com a desigualdade”.

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